Descripción:
Uma mulher que precisa de cirurgia para tratar um câncer, mas foi rejeitada nos hospitais por não ter documentos. Outra que, à procura de sua certidão de nascimento, encontra a irmã de quem fora separada havia mais de vinte anos. Histórias assim emergem desta etnografia ao mesmo tempo avassaladora e delicada, que mergulha no cotidiano de exclusão de brasileiros indocumentados, ilegíveis pelo Estado, invisíveis em seu próprio país. O livro narra como a certidão de nascimento se torna um passo imprescindível no longo caminho da cidadania.


SUMARIO:

Agradecimentos
Introdução

Documentação, controle e cidadania
Registro e sub-registro no Brasil
Dentro do ônibus, um pedaço do país: nota metodológica
Sobre o livro

1. ‘Sou uma pessoa que não existe’
Três gerações sem documentos
‘Quem sou quando não tenho documentos?’
A vergonha de Rita: problema de quem?
Valderez e o fio da vida: ‘Por que quero um documento?’

2. A síndrome do balcão e a chegada ao ônibus
A cartela de carimbos
‘Quem é seu responsável?’: a cidadania mediada
‘Mulher não precisa de registro’: as tutoras em ação
De checkpoint a ponto de chegada: o lugar do ônibus

3. Nas audiências, as provas de vida e a vida como prova
‘Vi minha mãe grávida da minha irmã’: testemunho e memória como prova da existência
A história dos presos invisíveis: a punição chega antes dos direitos
‘As pessoas sentem muito poder em dizer não’: do direito aos direitos

4. ‘Agora eu vou viver a vida’: o rito em funcionamento
Considerações finais
‘Eu até me sinto uma pessoa melhor’: a existência ganha registro

Referências